Sinspmar e Sepe participam de reunião com a prefeita

Questionamentos sobre o atraso do pagamento dos servidores recebem as mesmas respostas, embora os agravantes para o funcionalismo sejam ainda maiores
        
Em reunião com a prefeita Conceição Rabha e outros membros do governo municipal ontem, quinta-feira, às 18h, na sede da Prefeitura de Angra, os questionamentos sobre os constantes atrasos de salário dos servidores municipais, feitos pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Angra dos Reis – Sinspmar e pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro – Sepe (núcleo de Angra dos Reis), foram respondidos da mesma forma: a culpa é dos outros. Nunca da prefeitura.

Conceição informou que a culpa é do repasse fracionado do ICMS; da paralisação do repasse de ISS por parte do Brasfels e da Eletronuclear; da queda de repasse dos royalties de petróleo, que estão, inclusive, sendo pagos de forma parcelada. “Tudo isso contribuiu para que o governo fizesse contas sem saber o quanto o município receberá de repasse”, informou Conceição.

Chega a ser irônico – se não fosse trágico – perceber que o servidor age exatamente de forma contrária a da prefeitura. Ele trabalha o mês inteiro, faz – quando necessário – hora extra e, conhecendo seus direitos e vencimentos, calcula o valor correto de quanto irá receber no final do mês e das contas que vai ter que pagar. Mas acaba não recebendo e nem pagando suas contas em dia.

Quanto à crise na saúde no município, as respostas do governo municipal seguem pela mesma linha. O município não vem recebendo os repasses para o Hospital Geral da Japuíba, apesar do acordo feito pelo estado desde a inauguração dele; o Centro Oncológico construído pela prefeitura também não foi inaugurado por conta de orientações do próprio estado, relacionadas aos problemas no repasse; quanto à Unidade de Pronto Atendimento – UPA, surpreendentemente, o governo afirma que não tem mesmo jeito, que o município não tem condições de mantê-la.

A prefeita informou aos participantes da reunião que está juntando documentos para o Tribunal de Contas do Estado, na tentativa de reaver o repasse atrasado referente ao HGJ. Afirmou também que vai a Brasília para tentar retomar as negociações sobre a vinda do curso de Medicina para a cidade, assim como tentar uma linha de crédito para o município, direcionando-a para a folha de pagamento. A vice-presidente do Sinspmar, Andréia Jordão, disse que as medidas são válidas, mas questionou o motivo de isso não ter acontecido antes – quando o cenário ainda não era o pior possível.

A vice-presidente do Sinspmar também repetiu duas cobranças antigas. Uma relativa ao corte de Cargos Comissionados – CC’s – que ajudam a manter a folha de pagamento acima do valor permitido; a outra sobre o pagamento dos descontos referentes à greve de 2014. Quanto ao último assunto, Conceição, mais uma vez, mostrou-se surpresa por conta de o desconto ainda não ter sido pago. A prefeita deu autonomia para a secretária de educação Jane Aparecida definir como será feito esse pagamento dos descontos da greve de 2014, finalizando assim uma questão que já deveria ter sido resolvida.

A diretoria do Sinspmar saiu da reunião desapontada com o cenário desolador que se apresenta aos servidores. Cobranças foram feitas e o pedido contínuo de esclarecimento quanto às ações da prefeitura foi novamente colocado em pauta pelo sindicato. Mesmo assim, por conta das tristes – e constantes – notícias, devemos ficar sempre alertas, sindicato e servidores. E unidos.

   


Comentários